quarta-feira, 10 de outubro de 2007

Filas

Gente burra me dá raiva. Sério. É por ver certas coisas no dia a dia que digo que brasileiro tem mentalidade de terceiro mundo.

E não há maior exemplo do que as filas. Seja de supermercado, bancos, restaurantes ou lanchonetes, é tudo a mesma porcaria. Às vezes eu estou com uma (sim uma, de uma unidade, valor unitário, singular) conta e a pessoa que está na minha frente com uma pasta de contas toda bagunçada. Ou então como ontem, em que eu fui pagar a conta no restaurante, cujo o qual eu estava era obrigatório o pagamento no balcão, e a fila estava enorme.

A minha conta era bem simples: dava doze reais e alguns quebrados, mais a gorjeta, e eu estava com quinze reais, logo a atendente não teria muita dor de cabeça caso não fosse amiga dos números. Na minha frente estava uma mulher, com três comandas diferentes, e um cartão de crédito. Sabem o que isso significa? Passar o cartão, digitar os números, digitar novamente, já que de primeira nunca dá certo, e depois esperar imprimir o recibo. Eu não levei trinta segundos para pagar minha conta e ir embora, ela levou quase um minuto.

Acho que deveriam criar, assim como fazem em supermercados, filas rápidas, para quem vai pagar apenas uma conta de luz enquanto o outro vai pagar a conta do chefe, da tia, da mãe, do vizinho e do papagaio. Seria muito mais prático e rápido, as filas seriam menos estressantes e os caixas seriam menos xingados. Todo mundo sairia feliz e faria do nosso dia um dia melhor.

É como um amigo meu disse uma vez, “a gente sempre sabe como começa uma fila mas nunca sabe como ela termina”. O problema é que geralmente termina com todo mundo de cabeça quente.

terça-feira, 9 de outubro de 2007

Baixa o som!

Acho legal as campanhas para preservar o ambiente: não jogar o lixo nas ruas e nos rios, procurar reciclar os materiais como plástico, metais e vidros. Mas cacete, ninguém lembra que existem outros tipos de poluição, que também causam danos e são muito comuns nas cidades?

Tô falando de poluições como a visual e a sonora, em especial a segunda. É irritante! Fui ao Parque de Diversões e quase fico maluco: era um brinquedo tocando tecno, outro tocando funk, enquanto o ambiente era "presenteado" com alto falantes tocando com o volume no máximo bregas e forrós.

Merda, ninguém sabe que isso faz mal? E não tô falando só de prejudicar a audição não: o buraco é muito mais embaixo. Este é o terceiro maior problema ambiental que enfrentamos, e provoca problemas no sono, disfunções hormonais, causa ou agrava o stress e até mesmo a impotência sexual!

"Agora você se preocupou né?"

E sabe o pior disso tudo? Em um trabalho lá no colégio, coloquei essas conseqüências e um colega veio reclamar: "Não gostei dessa parte". Merda, só porque ele gosta de ir para essas festas e estourar os típanos dele, eu vou ter que conviver com isso e aturar também?

Só porque tem neguinho que nas férias gostam de ir para a praia exibir seus carros "turbinados" com caixas de som maiores do que o próprio automóvel, eu tenho que aturar se eu quiser curtir uns dias lá? Esse é o problema do brasileiro, pelo menos de uma grande parte. Ninguém se conscientiza dos seus direitos e deveres, e invadem o espaço do outro.

Tudo bem levar um som para curtir na praia, mas pra quê colocar no máximo? Pra nada. Sério, pra nada. No máximo para te deixar maluco com o cara do lado. Também não há problemas em colocar uma música ambiente nos brinquedos e no parque, mesmo sendo de gosto duvidoso, mas pra quê misturar os sons, colocando todos no máximo, um querendo se sobrepor ao outro? Custa baixar o volume do ambiente e deixar o som dos brinquedos em uma intesidade menor para não ficar misturando e ficar aquela porcaria?

Talvez eu seja um jovem velho rabugento falando demais. Mas não peço muito, só quero uma vida saudável, sem problemas para dormir, hormonais, stress e, claro, de impotência eu não quero nem chegar perto.

domingo, 7 de outubro de 2007

Dançar?! Nem pensar!

Com toda a falsa modéstia possível, posso afirmar que sei me socializar muito bem. Consigo manter uma conversa ao meu bel prazer, e consigo (quando me interessa, é lógico) conquistar a simpatia das pessoas com a minha conversa, em especial quando falo com adultos ou jovens com um "papo cabeça".

Mas ninguém é perfeito, e existe um habitat que, além de não conseguir me encaixar, não consigo compreender: é a pista de dança. Não me levem a mal, até admiro de uma certa forma as pessoas que conseguem se soltar, que dançam como se tivessem um ataque epilético e não se importassem com isso. Mas não dá, não consigo fazer isso, é algo que me parece tão primitivo quanto masturbação ou futebol.

"Não, eu não sou um E.T., apenas não gosto dessas coisas"

Eu sou do tipo de pessoa que prefere se sentar em uma mesa, com uns amigos, e curtir uma música ao vivo, não um forró, um funk ou um brega, mas MPB, uma Bossa Nova, ou até um Jazz. Não consigo nem considerar esses outros estilos como música, muito menos dançar.

E não adianta forçar, não danço e pronto. Eu não insisto meus amigos a lerem Plínio Cabral ou Nietzsche, nem a ouvirem Chico Buarque ou Toquinho. Diversão para mim é um conceito bem diferente de baladas e festas. Sou do tipo que curte ir ao cinema, ao teatro, alugar uns filmes, discutir e conversar (que são coisas bem diferentes ao meu ver).

Mas é só começar a dança, e pronto. Meu reino desmorona, todos vão para a pista e eu fico sentado, apenas observando. Algumas garotas até me chamam para dançar, me tentam puxar para a pista, mas recuso educadamente, o que não impede os outros de me tacharem de chato.

Por isso eu posso dizer que eu sou sim, um chato. E prefiro continuar a ser chato do que trocar Vinícius, Elis ou o Tom, por essas batidas. Pensando bem eu devo ser um E.T. mesmo...

sábado, 6 de outubro de 2007

Acabou

Terminei o namoro. Não queria falar sobre isso, até tinha outro tema para escrever aqui, mas é uma coisa que não me sai da cabeça.

Não sei qual é o meu problema. Ela é bonita, inteligente, me faz rir. Então por quê? Eu é que não consigo me aproximar das pessoas de forma verdadeira, esse é o problema. Quanto mais vou me aproximando de alguém, mais me distancio de quem eu realmente sou, acabo deixando de ser eu mesmo e me fechando, ficando mais calado, ou mais sério. Não sei o motivo de isso acontecer sempre, talvez inconscientemente eu tenha medo de ser eu mesmo e as pessoas perceberem, e quando começo a gostar de alguém pra valer, isso acaba aumentando. Eu mesmo acho muito idiota isso, será que sou inseguro?

Minha namorada não era perfeita, ninguém é. Mas por mais que às vezes os defeitos dela me deixassem maluco, as qualidades dela superavam isso, muitas vezes transformando os defeitos em um charme. Fiquei feliz em ver que ela enxergou que o nosso namoro estava começando a desandar, eu estava me fechando cada vez mais, e isso estava começando a fazer ela sofrer, o que era a última coisa que eu gostaria. A reação dela depois de nossa conversa foi tão madura que me surpreendeu, e foi uma grata surpresa.

Nem sei porque estou escrevendo isso aqui. Eu precisava desabafar, mesmo que ninguém leia isso (e assim espero). Escrevo essas mal traçadas linhas em meio a lágrimas, coisas que em quatro meses de namoro ela nunca havia visto. Talvez eu tenha sido frio demais, mas agora é tarde. Vou deixar que o destino cuide para que cada um, e principalmente ela, encontre alguém especial. Talvez a minha sina seja mesmo ficar sozinho... =]

sexta-feira, 5 de outubro de 2007

Sobre a Traição

Podem falar mal de mim, podem dizer que eu sou "frouxo" ou qualquer coisa do tipo, mas eu não vou trair minha namorada.

É incrível como depois que eu você, um cara zero à esquerda, atrapalhado, tímido e de beleza questionável, começa a namorar passa a ser assediado. Não entendo essas garotas que bastam ver um cara tachado na testa "comprometido" e já vão dando em cima. Tanta gente solteira nesse mundo, segurando vela e passando os sábados na frente do computador, e vão logo atrás de quem já se livrou disso?

Não é por questão de gostar ou não da minha namorada que eu não sou a favor de trair ela. O que sinto ou deixo de sentir não vem ao caso, se você está com uma pessoa não é o sentimento que você possui por ela que o impede de trair. É o caráter.

Tenho amigos que traem suas namoradas como quem troca de roupa. Isso é muito triste. Viver uma relação assim, em que você já perdeu todo o respeito pelo parceiro (sim, pois se tivesse um pingo de respeito não iria trair) é pior do que ficar sozinho. Pior é quando dizem "com as outras eu faço sexo, com ela eu faço amor". Se é ela que anda fazendo o "não-amor" por aí, o cara vira bicho, com chifre e tudo, como se tivesse moral para reclamar.

Posso perdoar muitas coisas em minha namorada atual e até mesmo nas que estão por vir (quem sabe?), dependendo do que for, posso terminar numa boa e sermos amigos. Mas se ela me trair, não vou coçar a cabeça e nem fazer escândalo: termino e pronto. Nunca mais vejo a cara da infeliz e viro a página.

É como um velho sábio me disse uma vez:

"Se um dia você for traído, e pensar em se jogar de um prédio, lembre-se: você tem chifres, e não asas. O difícil não é aguentar o peso do chifre na cabeça, e sim sustentar a vaca"

...

Tá, é mentira, não foi um velho sábio, foi o Google. =(

Ah! Gostaria de agradecer a Anna pelo post que ela publicou no blog dela, "A Princesa e o Canalha", falando sobre mim, é muito gratificante receber o elogio de alguém que eu acompanho a um bom tempo e que admiro muito. Mas prometo tentar melhorar cada vez mais para fazer jus a esses elogios! Valeu Aninha! ^_^

E não deixem de conferir o blog dela, que é MUITO bom, com posts inteligentes e bem bolados.

Quem quiser visitar A Princesa e o Canalha é só dar um Click Aqui ou conferir lá embaixo nos parceiros!

domingo, 30 de setembro de 2007

O prazer de ler

Olá galera!

Como eu recebi dezenas de e-mails (!) reclamando que eu estava postando todos os dias e assim ficava difícil acompanhar o blog, eu resolvi não postar ontem para dar uma folga para vocês! =D

...

Ok, é mentira. É que eu não parei em casa e por isso não tive tempo. =(

É que ontem eu fui na XI Feira Pan-Amazônica do Livro, um evento que, como o próprio nome sugere, é sobre livros. É incrível, fiquei lá por mais de quatro horas, e saí com a sensação de não ter visto sequer 1% do evento.

Todo ano eles homenageiam algum país, e este ano o escolhido foi Cuba, teve apresentações de música e dança e tudo mais.

Mas vamos nos focar no principal: os livros. Nossa, eu me sentia perdido no meio de tantas obras, sem saber qual comprar. Acabei comprando cinco livros, e olha que isso foi só o primeiro dia.

E eu resolvi arriscar. Em vez de seguir a maré e comprar os livros na moda, resolvi comprar obras que vez ou outra leio como citação em crônicas, poemas e discussões. Obras como Dom Casmurro, obras de Nietzsche, Plínio Cabral e afins.

Eu adoro ler. É como se fosse um ritual para mim. É quase tão relaxante quanto ir ao cinema sozinho, ou até mais. Se eu estiver tomando banho e me ligarem, tudo bem, eu desligo o chuveiro e vou lá atender. Se estiver passando aquele filme na TV que eu sempre quis assistir, e alguém me interromper, sem problemas, posso até reclamar, mas não passa disso.

Agora, tente, ouse se intrometer no momento em que eu estiver lendo alguma coisa. Desejarei do fundo de minha alma que você pereça, que rasteje, que viva miseravelmente sua vida patética como um verme. É isso. Pronto. Acabou.

Se alguém me interrompe, eu perco a linha de raciocínio, ocorre uma quebra no meu pensamento e por mais que eu esteja concentrado, vou ter que reler tudo de novo se eu quiser manter o raciocínio perdido. E isso é horrível, principalmente se você está lendo um livro mais analítico, como A Falência do Estado Moderno ou Crepúsculo dos Ídolos.

Agora vou indo, tô empolgado com os livros que eu comprei, e espero terminar de ler pelo menos um até amanhã.

sexta-feira, 28 de setembro de 2007

Sobre a Rotulagem de Grupos

Você é EMO? Você é patricinha? Você é otaku? Parabéns, se você respondeu "sim" para alguma dessas perguntas ou pensou algo do tipo "não, eu sou do grupo tal", você é um(a) idiota.

Odeio essa mania das pessoas rotularem as outras em determinado grupo. Pior são as pessoas que rotulam a si mesmas e acham que estão abafando. Cada indivíduo possui suas próprias características e o fato de algumas coincidirem com a de outras pessoas é mera coincidência.

Grupos podem aproximar pessoas, é verdade. Mas ao mesmo tempo que aproxima alguns exclui outros, e sua mente se fecha para novas experiências e formas de pensar. Ao rotular um indivíduo, as probabilidades de você sentir aversão por ele antes mesmo de conhecê-lo aumentam exponencialmente.

Sem rotular as pessoas, já possuímos uma pré-disposição a julgar (mesmo que de forma inconsciente) as pessoas que acabamos de conhecer. Você geralmente "gosta" ou "não gosta" logo após o primeiro contato, a primeira impressão. É automático. E triste.

Quantas vezes você já viu tirarem sarro de um "emo" ou de um "otaku"? Ou até mesmo "roqueiros", "pagodeiros" e outros rótulos? Às vezes nos esforçamos tanto para TENTAR parecermos boas pessoas e não enxergarmos o quanto de hipocrisia há em nós mesmos. Todos nós (infelizmente) somos preconceituosos.

Tudo bem, você pode tentar se enganar dizendo que isso é só brincadeira e que você não pensa assim realmente. Sem problemas. Você encarando os fatos ou preferir continuar se enganando não irá mudar em nada minha vida. Dane-se.

Sinto realmente PENA de pessoas que rotulam a si mesmas em um determinado grupo. É como se elas não aceitassem a si mesmas, e buscassem uma fuga ao entrar em uma determinada roda de amigos buscando alguma identidade. Pior são as pessoas que vivem nessa fuga constantemente, entrando em grupos apenas por eles estarem "na moda". Pessoas como essas nunca se sentirão realizadas, por nunca encontrarem a si mesmas.

Talvez um dia as pessoas compreendam que ninguém é uma embalagem, que ninguém deve ser obrigado a receber um rótulo e ficar por isso mesmo. Não somos a embalagem, e sim o conteúdo que há por trás dela. Não faço parte de grupo nenhum, se bem que isso já me deixa rotulado como "excluído". É uma merda mesmo...